Semiárido mineiro terá investimentos de R$ 16 milhões em sistemas de geração de água potável

Foto: Igam
O Governo de Minas por meio do Instituto de Gestão das Águas (Igam) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru) está trabalhando para iniciar, em outubro deste ano, a implementação do Programa Água Doce na região do semiárido, envolvendo os vales do Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas.


Trata-se de programa coordenado em nível nacional pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o Governo de Minas, instituições federais, municipais e sociedade civil, com o objetivo de mitigar a escassez de água em comunidades urbanas e rurais por meio do tratamento da água e do fornecimento do produto em boas condições para o consumo. A iniciativa prevê a instalação de 69 sistemas de tratamento de água captada por poços tubulares e terá um investimento previsto de R$ 16 milhões.

As localidades a serem beneficiadas ainda estão em fase de definição, mas, de acordo com o Igam, nos locais de maior escassez de água do Nordeste do país serão instalados dessalinizadores, que fazem o tratamento da água subterrânea considerada salobra (salgada).

Já na região do semiárido mineiro, em grande parte, os equipamentos a serem utilizados nas comunidades são os denominados “abrandadores”. Isso porque a água captada nos poços tubulares da região é classificada como “dura” por possuir altas concentrações de ferro e magnésio. Quando utilizada, provoca o ressecamento da pele dos consumidores e, por esse motivo, atualmente vários poços tubulares já perfurados estão abandonados.

A diretora de pesquisa, desenvolvimento e monitoramento das águas do Igam, Jeane Dantas de Carvalho, explica que o sistema de tratamento a ser instalado nas comunidades rurais do Estado priorizará áreas que enfrentam problemas críticos e que já possuem poços tubulares já perfurados, mas que não estão sendo utilizados devido à baixa qualidade do recurso encontrado nestas localidades. Cada sistema de tratamento terá capacidade para atender, em média, 600 pessoas, garantindo-lhes o acesso mínimo diário a cinco litros de água.

Com a implantação dos sistemas de tratamento, a intenção dos governos de Minas e Federal é estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para o consumo humano, incorporando cuidados ambientais e sociais na gestão dos sistemas de dessalinização. Também está prevista a incorporação de sistemas produtivos a fim de possibilitar a geração de fontes alternativas de alimentos para a população.

No próximo dia 16, em Brasília, representantes do Governo de Minas vão definir com o Governo Federal a implementação da primeira etapa do programa, que será a realização de levantamento das localidades que enfrentam maiores dificuldades de abastecimento em períodos de seca prolongada. Entre os critérios recomendados pelo Ministério do Meio Ambiente para a identificação das localidades a serem priorizadas estão municípios com maior escassez de recursos hídricos, maior número de habitantes no meio rural e menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), maior taxa de mortalidade infantil e localidades que apresentam menores índices pluviométricos.

A partir da definição das localidades, cujo prazo previsto é de seis meses, a assessora especial da Sedru, Edicleusa Veloso Moreira, ressalta que o Governo de Minas providenciará a instalação dos sistemas de tratamento de água. A previsão é de que o trabalho seja iniciado em maio de 2014 com prazo de conclusão de 12 meses.

Trabalho e geração de renda

Cada unidade de tratamento de água será constituída por estruturas físicas, obras civis e equipamentos. Além de poço tubular profundo, alguns com potencial para extrair do subsolo até 14 mil litros de água, o sistema será constituído por bomba, reservatório de água “bruta”, dessalinizador ou “abrandador”, abrigo de alvenaria, reservatório de água potável, tanques de contenção de concentrado e efluente.

Jeane Carvalho explica que o processo de purificação é caracterizado pela utilização de sistemas compostos por membranas semipermeáveis e seletivas que permitem a passagem de água do meio mais concentrado de sais para o meio menos concentrado, processo denominado “osmose inversa”.

Esse processo possui como vantagens a boa qualidade da água tratada, a fácil operação que dispensa mão-de-obra muito especializada, o custo, assistência na manutenção e reparos. O baixo consumo de energia, o atendimento de pequenos e grandes volumes de água e a possibilidade de utilização de fontes alternativas de energia como eólica e solar, são outras vantagens que o sistema oferece.

Enquanto a água potável será disponibilizada às comunidades por meio de chafarizes, o rejeito ou concentrado será armazenado em tanques a fim de evitar a destinação inadequada no meio ambiente. O programa prevê a utilização dos efluentes na criação de peixes. Por outro lado, a matéria orgânica proveniente dos sistemas de piscicultura servirá de adubo para o cultivo de “erva sal” que, por sua vez, é utilizada na alimentação de ovinos e caprinos. Após instalados, os sistemas de tratamento de água serão repassados à gestão da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

Pro-Água também é alternativa

Também com vistas à melhoria da oferta de recursos hídricos em comunidades rurais do semiárido, estão em fase de conclusão outras ações do Governo de Minas por meio do Programa Pró-Água. Com investimentos superiores a R$ 29,2 milhões, estão sendo perfurados poços tubulares, construídas pequenas barragens e módulos sanitários em 63 comunidades rurais dos municípios de Januária, Janaúba, Mato Verde e Rio Pardo de Minas.

As obras estão sendo executadas por empresas contratadas pelo Igam e, depois de concluídas, passarão a serem geridas pela Copasa, concessionárias de serviços de água e esgoto ou pelas prefeituras municipais. A previsão do Igam é que as obras sejam concluídas até o final deste ano, beneficiando cerca de 130 mil pessoas.

Comentários

  1. Nossa empresa a MSX do Brasil trabalha com tratamento de água e uma dos serviços que fazemos é com o abrandador, trabalhamos na região da Praia Grande em São Paulo.
    O Sistema de abrandamento é responsável pela redução da dureza na água. Conhecido também como processo de troca iônica, onde sais incrustantes (cálcio e magnésio) são absorvidos pela resina, onde posteriormente através da regeneração são expelidos.
    http://www.msxdobrasil.com.br/servico/industrial/abrandador/29-13

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