Bicicleta favorece saúde do ciclista e do meio ambiente

Foto: Willian Dias
O uso de bicicletas como alternativa ao transporte motorizado faz bem não só para a saúde de quem pratica, mas também para o meio ambiente. Investimentos em ciclovias e em mobilidade urbana sustentável colocam cidades e países na vanguarda. No Brasil, o Rio de Janeiro tem priorizado a questão. Bogotá, na Colômbia, é um exemplo, assim como Londres e outras capitais europeias.

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aborda o assunto no Fórum Técnico Mobilidade Urbana – Construindo Cidades Inteligentes, ainda em formatação, a ser realizado a partir deste semestre. Neste mês, também são realizadas reuniões preparatórias para a organização do evento em conjunto com órgãos, entidades, associações e sindicatos ligados ao tema.

O secretário-executivo do Ministério das Cidades, Alexandre Cordeiro, ressaltou durante Seminário Internacional sobre Mobilidade Urbana, realizado em Belo Horizonte, boas práticas relacionadas ao assunto. Segundo ele, em Amsterdã, na Holanda, são investidos 500 milhões de euros/ano no ciclismo. “Pesquisa de uma organização não governamental holandesa mostra que haveria 70% a mais de emissão de poluentes no mundo, não fosse a utilização das bicicletas”, destacou.

Cordeiro relatou, ainda, que na Região Metropolitana de Barcelona, 64% da população está a 200 metros de distância de um ponto de bicicletas, o que facilita a prática. “No Brasil, o modelo que mais se aproxima disso é o Rio de Janeiro, onde há 600 bicicletas públicas para uso. Isso diminui de 6% a 9% da emissão de poluentes”, acrescentou.

Guilherme Lara Camargos Tampieri, voluntário da BH em Ciclo (Associação de Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte) e do Movimento Nossa BH, enfatiza o impacto positivo da utilização de bicicletas no meio ambiente. “A razão é simples: para que alguém use a bicicleta, ele terá que deixar de usar algum outro veículo. Caso opte por andar a pé ou de bicicleta, tal cidadão contribuirá para a melhoria do meio ambiente”.

De acordo com Tampieri, em São Paulo as emissões de gás carbônico (CO2) provenientes do transporte e que geram poluição equivalem a 41% do total de emissões da cidade. “Se mais pessoas utilizarem a bicicleta, esse número diminuirá de maneira proporcional. As pesquisas mostram que um carro produz, em média, cerca de 0.3kg de CO2 por quilômetro rodado. Um ciclista emite uma quantia insignificante de CO2, ou seja, a cada quilômetro que um ciclista roda, a cidade deixa de produzir esse número”, conta.

Bogotá - A implantação do Sistema Transmilênio, em Bogotá, trouxe vários programas ambientais atrelados. São aproximadamente 420 quilômetros de ciclovias, de acordo com dados do Departamento de Transportes e Infraestrutura da Secretaria de Mobilidade de Bogotá. Usuários cadastrados descem das estações de transportes e acessam pontos de conexão de bicicletas públicas para completar trajetos.

Os ciclistas bogotanos contam com seis bicicletários que acomodam cerca de 1,5 mil vagas. Soma-se a essa política o monitoramento de ruídos. Números mostram que deixaram de circular cerca de 7 mil veículos por dia na cidade. Entre 2001 e 2009, houve redução de 1,671 milhão de toneladas de emissão de CO2.

Londres - Em 2010, foi a vez de o transporte não-motorizado receber investimentos na capital inglesa. O sistema público de aluguel de bicicletas foi lançado com quase 600 estações e mais de 8 mil bicicletas. Além disso, o governo londrino faz campanhas de incentivo para que a população caminhe pela cidade. Foram instalados painéis nas ruas para facilitar a localização do pedestre.

Fonte: Esta matéria faz parte da série especial mobilidade urbana sustentável. A próxima será publicada na quinta-feira (6/5). A Assembleia de Minas já publicou séries de quatro matérias sobre transporte público.

Vamos discutir mais sobre o assunto?

E você leitor(a)? Faz uso da bicicleta como meio de transporte? Comente sobre a sua experiência!


Comentários