Nível de reservatórios da região está inferior ao da época do apagão

Reservatório da Usina de Nova Ponte está com nível baixo (Foto: Cleiton Borges)
Quatro das cinco usinas hidrelétricas com reservatórios instaladas no Triângulo Mineiro estão com o nível de armazenamento de água abaixo do verificado entre os anos 2000 e 2001, período em que houve uma série de apagões no Brasil. Na época, o patamar médio de reservação de 33%, que afetou o fornecimento e distribuição de energia elétrica, obrigou o governo federal a adotar um programa de racionamento.

É o segundo ano consecutivo que o nível crítico é presenciado no país, com o agravante de que, em 2014, a situação piorou agora, quando o período chuvoso já está no fim. Em 2013, o cenário foi visto no início do ano e acabou amenizado por chuvas que vieram posteriormente.
O nível atual dos reservatórios inferior ao registrado no período do apagão está ligado diretamente à falta de chuvas. A afirmação é do pós-doutor em Geografia Física e professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Antônio Giacomini Ribeiro. Segundo ele, entre 60 mm e 100 mm de precipitações atingiram a região neste início de ano ante o esperado de 500 mm, volume necessário para deixar a situação hidrológica local em conformidade. E essa escassez também foi vista em outras regiões do país, ainda segundo Ribeiro.

“Daqui a 100 dias, teremos a Copa do Mundo e um consumo intenso de energia. Assim, estamos caminhando para o racionamento”, disse.

Racionar energia pode ser a única solução para evitar apagões, já que a capacidade total de armazenamento do Brasil é suficiente para cerca de quatro meses hoje, ao passo que, com o mesmo sistema, era de seis meses na época do apagão. Ou seja, houve aumento no consumo, deixando a capacidade defasada. Além disso, hoje, todas as termelétricas do país (a gás, a óleo combustível, a óleo diesel e a carvão) já estão ligadas para suprir as necessidades até que a chuva volte a ocorrer.

Embora haja a indicação de desabastecimento energético, inclusive, por alertas vindos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que isso não vai ocorrer. O suprimento de energia, de acordo com o ministro, seria assegurado pelas usinas termelétricas, que já operam com força máxima

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